
A Cristologia Adventista: Uma Análise Histórica Completa das Falhas Doutrinárias
Este artigo documenta sistematicamente as falhas cristológicas da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) desde suas origens até o presente. A análise demonstra que o adventismo passou por múltiplas fases de erro doutrinário sobre a pessoa e obra de Cristo, incluindo arianismo explícito (1844-1890), semi-arianismo (1890-1957), e uma cristologia comprometida atual que, embora formalmente trinitariana desde 1957, mantém elementos heterodoxos incompatíveis com a ortodoxia cristã histórica.
Introdução: O Problema Fundamental
A cristologia — a doutrina sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo — é o coração da fé cristã. Como afirmou o apóstolo Paulo: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé" (1 Coríntios 15:14). Toda estrutura teológica cristã depende de uma cristologia correta.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia apresenta um caso único na história do cristianismo: uma denominação que começou com cristologia heresiarca explícita (arianismo/semi-arianismo), tentou corrigir-se sob pressão evangélica externa (1957), mas mantém até hoje elementos cristológicos incompatíveis com a ortodoxia estabelecida desde os Concílios Ecumênicos de Niceia (325 d.C.) e Calcedônia (451 d.C.).
PARTE 1: ARIANISMO EXPLÍCITO (1844-1890)
O Contexto Histórico
O movimento adventista surgiu do Grande Desapontamento de 22 de outubro de 1844, quando as previsões de William Miller sobre a volta de Cristo falharam. Os fundadores do adventismo — incluindo James White, Joseph Bates, Uriah Smith e posteriormente Ellen White — eram em sua maioria ex-metodistas, batistas e conexionistas cristãos que rejeitavam a doutrina trinitariana.
Uriah Smith: Cristo Como Ser Criado
Uriah Smith (1832-1903), editor da Review and Herald por décadas e a voz teológica mais influente do adventismo primitivo, ensinou explicitamente que Cristo era um ser criado.
Em 1865, Smith escreveu:
"O Filho de Deus... Foi o primeiro ser criado, datando sua existência muito antes de qualquer outro ser ou coisa criada, ao lado do Deus autoexistente e eterno."
Esta posição é arianismo clássico — a heresia condenada pelo Concílio de Niceia em 325 d.C. Ário de Alexandria (256-336 d.C.) havia ensinado que "houve [um tempo] quando ele [Cristo] não era", ou seja, que Cristo foi a primeira criatura de Deus, não Deus eterno.
Joseph Bates e James White: Anti-Trinitarianos
Joseph Bates (1792-1872), cofundador do adventismo, rejeitava explicitamente a Trindade, considerando-a uma "doutrina papista". James White, marido de Ellen White, compartilhava essa rejeição.
Em 1846, James White escreveu:
"A antiga doutrina não-escriturística da Trindade... foi estabelecida na igreja pelo Concílio de Niceia em 325 d.C. Essa doutrina destrói a personalidade de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo."
Ellen White nos Primeiros Anos: Silêncio e Ambiguidade
Nos primeiros 40 anos de seu ministério (1844-1884), Ellen White foi notavelmente silenciosa sobre a divindade plena de Cristo e a Trindade. Quando ela se pronunciava, suas declarações eram ambíguas ou claramente subordinacionistas.
Em fevereiro de 1845, Ellen White descreveu uma visão onde viu:
"Um Trono e nele estava sentado o Pai e o Filho... Não pude ver a pessoa do Pai, pois uma nuvem de luz gloriosa o cobria. Perguntei a Jesus se o Pai tinha uma forma semelhante a dele. Ele disse que sim, mas eu não poderia contemplá-la, pois ele disse que se eu visse uma vez a glória da sua pessoa deixaria de existir."
Esta descrição separa ontologicamente o Pai e o Filho, sugerindo que são dois seres distintos, não uma Trindade una.
Por que o Arianismo Adventista era Problemático
O arianismo adventista violava verdades bíblicas fundamentais:
João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por ele." Cristo não pode ser criado se Ele criou "todas as coisas".
Colossenses 1:16-17: "Nele, foram criadas todas as coisas... tudo foi criado por meio dele e para ele... nele, tudo subsiste." Se Cristo criou "todas as coisas", Ele não pode ser uma das coisas criadas.
Hebreus 1:3: "Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser." Cristo não é uma criatura, mas a "expressão exata" (χαρακτήρ, charaktēr) da essência divina.
Filipenses 2:6: "Sendo em forma (μορφῇ, morphē) de Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se." Cristo possui a natureza (forma) de Deus eternamente.
PARTE 2: SEMI-ARIANISMO (1890-1957)
A Transição: De "Criado" para "Gerado"
Por volta de 1880-1890, líderes adventistas começaram a abandonar a linguagem explícita de Cristo como "criado". Isso não representou uma conversão completa à ortodoxia trinitariana, mas sim uma mudança para o semi-arianismo — a crença de que Cristo foi "gerado" (não criado) pelo Pai em algum ponto na eternidade passada.
Uriah Smith Revisado (1898)
Em 1898, Uriah Smith publicou Looking Unto Jesus, onde revisou sua posição anterior:
"Somente Deus [o Pai] é sem princípio. Na época mais antiga quanto um princípio poderia ser — um período tão remoto que para mentes finitas é essencialmente eternidade — apareceu o Verbo... Por algum impulso ou processo divino, não criação, Cristo foi trazido à existência pelo Pai."
Ellen White e a Linguagem de "Geração"
Durante esse período, Ellen White também adotou linguagem que sugeria subordinacionismo ontológico:
História da Redenção (1947, compilado de escritos de 1858-1864):
"O pai então fez saber que por sua própria decisão Cristo seu filho devia ser considerado igual a ele."
Esta declaração implica que a igualdade de Cristo não é inerente, mas resultado de uma "decisão" do Pai.
O Problema com o Semi-Arianismo
O semi-arianismo adventista violava a doutrina estabelecida em Niceia (325 d.C.):
Credo Niceno: "Cremos... em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai [unigênito], isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, de uma só substância (ὁμοούσιος, homoousios) com o Pai."
O termo "gerado" (gennēthenta) no Credo Niceno não significa geração temporal, mas refere-se à relação eterna Pai-Filho.
PARTE 3: QUESTIONS ON DOCTRINE (1957)
O Contexto: Pressão Evangélica Externa
Em meados da década de 1950, dois evangélicos proeminentes — Walter Martin e Donald Grey Barnhouse — iniciaram investigações sobre a teologia adventista.
Walter Martin estava preparando um livro classificando o adventismo como seita não-cristã. As quatro principais objeções eram:
Cristo foi um ser criado, não eterno
A expiação não foi completada na cruz
Salvação resulta de graça mais obras da lei
Cristo assumiu natureza pecaminosa caída na encarnação
O Papel de LeRoy Edwin Froom
LeRoy Edwin Froom (1890-1974) liderou a equipe adventista que dialogou com Martin e Barnhouse. Froom tinha uma agenda clara: provar que o adventismo era evangélico legítimo.
A Publicação de Questions on Doctrine (QOD)
Em 1957, a Igreja Adventista publicou Seventh-day Adventists Answer Questions on Doctrine, um volume de 720 páginas.
Sobre a Divindade de Cristo:
"Cremos... que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus, e que Ele existiu com o Pai desde toda a eternidade." (QOD, p. 22)
Sobre a Natureza Humana de Cristo:
"Embora nascido na carne, Ele era, no entanto, Deus, e era isento das paixões e poluições herdadas que corrompem os descendentes naturais de Adão." (QOD, p. 383)
A Controvérsia: Fidelidade ou Compromisso?
QOD tornou-se o livro mais controverso na história adventista. Muitos adventistas históricos — incluindo M.L. Andreasen — rejeitaram violentamente QOD, acusando Froom de distorcer a posição adventista histórica.
PARTE 4: CRISTOLOGIA ADVENTISTA ATUAL
Problemas Remanescentes na Cristologia Adventista Oficial
Embora a IASD agora afirme formalmente a Trindade e a divindade plena de Cristo desde 1957, elementos incompatíveis com a ortodoxia cristã histórica permanecem em seus ensinamentos oficiais e literatura autorizada.
1. Cristo Identificado Como o Arcanjo Miguel
Posição Adventista Oficial
A IASD identifica Cristo como Miguel, o Arcanjo, embora não apareça explicitamente na Crença Fundamental #4 formalmente publicada. A doutrina é ensinada em materiais oficiais:
Centro White (site oficial da IASD - pesquisas.centrowhite.org.br):
"Fundamentados nas semelhanças que a Bíblia apresenta entre as características da missão do Arcanjo Miguel com as de Cristo, podemos concordar como outros comentaristas, como João Calvino e Matthew Henry, que identificam Miguel como Cristo e não um simples anjo."
Fonte: https://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/quem-e-o-arcanjo-miguel/
Notícias Adventistas (site oficial - noticias.adventistas.org):
"A Igreja Adventista do Sétimo Dia defende que Miguel é uma designação de Cristo em sua função de comandante celestial."
Fonte: https://noticias.adventistas.org/pt/o-arcanjo-miguel-e-jesus-cristo/
Adventist Biblical Research Institute (órgão oficial de pesquisa da IASD):
"Michael is actually the Son of God, who became incarnate as 'Jesus,' coming to our rescue."
Fonte: https://adventistbiblicalresearch.org/articles/is-michael-another-name-for-jesus
Problema Teológico Crítico
Hebreus 1:5-14 estabelece de forma inequívoca que Cristo é infinitamente superior aos anjos, não um deles:
"Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho?... Quando, porém, introduz o Primogênito no mundo, diz: E adorem-no todos os anjos de Deus... Mas acerca do Filho diz: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: O cetro do teu reino é cetro de eqüidade... Tu, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos." (Hebreus 1:5-10)
Comparação direta (Hebreus 1:13-14):
"Mas em relação a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Porventura, não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?"
O texto é absolutamente claro:
Cristo senta-se à direita de Deus (posição de supremacia infinita)
Os anjos são espíritos ministradores (servidores)
Cristo recebe adoração (latría - adoração divina)
Os anjos servem (doulía - serviço)
Se Cristo fosse simplesmente "Miguel", um dos anjos, isto violaria:
A divindade de Cristo (Colossenses 2:9 - toda plenitude da divindade nele)
A adoração exclusiva de Cristo (Mateus 4:10; Apocalipse 19:10)
A eternidade de Cristo (Hebreus 13:8)
2. A Obediência de Cristo Mais Importante que Seu Sacrifício Substitutivo
Posição Adventista Histórica
Ellen White enfatizou que a obediência de Cristo vindicava a lei de Deus acima de qualquer coisa. Escreveu em Signs of the Times:
"Ele morreu para vindicar a honra da Lei. Essa lei é o fundamento do governo de Deus no céu e na terra, e ela deve ser mantida. Revogar a lei é desonrar Deus é lançar desprezo sobre o céu."
Fonte: m.egwwritings.org/en/book/820 (Signs of the Times, July 17, 1893)
Implicação da posição: A morte de Cristo foi primariamente para vindicar a lei de Deus diante do universo, não para expiação vicária substitutiva.
Problema Teológico Crítico
A Bíblia ensina que a morte sacrificial substitutiva de Cristo é o centro e o coração do evangelho:
1 Coríntios 15:3-4 (essência do evangelho):
"Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras."
Romanos 5:8-9:
"Deus, porém, prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores... Muito mais, pois, agora que fomos justificados pelo seu sangue, seremos salvos da ira por ele."
Hebreus 9:22 (Lei do Antigo Testamento):
"Sem derramamento de sangue, não há remissão."
Hebreus 9:28:
"Cristo... se ofereceu uma vez para tirar os pecados de muitos."
1 João 2:2:
"E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."
A propiciação (ἱλασμός, hilasmos) é a satisfação da ira de Deus contra o pecado através do sacrifício de Cristo. A obediência de Cristo foi necessária para qualificá-lo como sacrifício perfeito (Hebreus 4:15 - "sem pecado"), mas é Sua morte que realiza a expiação.
3. O Juízo Investigativo Compromete a Suficiência do Sacrifício de Cristo
Doutrina Adventista do Juízo Investigativo
Ellen White ensinou que os pecados dos crentes não são apagados até depois do juízo investigativo:
"Os pecados não são apagados até depois do juízo investigativo."
Esta é uma docrina central adventista: desde 22 de outubro de 1844, Cristo entrou no "santíssimo" do santuário celestial e iniciou uma revisão caso-a-caso de todos os professos crentes.
Fonte: Ministeriopastoral.com.br - "Por que o juízo ainda não terminou?"
Problema Teológico Crítico
Esta doutrina nega explicitamente a suficiência da obra de Cristo na cruz:
Hebreus 10:10:
"Temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas."
O termo grego ἐφάπαξ (ephapax) significa "uma única vez para sempre" — não há necessidade de ministério contínuo.
Hebreus 10:14:
"Com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados."
"Aperfeiçoou para sempre" (τετελείωκεν, teteleioken) — perfeição completa e perpétua alcançada pela morte de Cristo.
Hebreus 10:17-18:
"Nunca mais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado."
Se a remissão (perdão) foi completa, não há oferta adicional. O juízo investigativo é uma "oferta adicional" que contradiz Hebreus.
Colossenses 2:13-14:
"Tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz."
"Cancelado", "removido inteiramente", "cravado na cruz" — a transação foi consumada e completa.
João 19:30 (última palavra de Cristo na cruz):
"Está consumado!" (τετέλεσται, tetelestai)
A obra está concluída, terminada, perfeita. Não há trabalho adicional necessário em 1844 ou depois.
4. Satanás Como Portador Final dos Pecados
Doutrina Adventista Explícita
Ellen White ensinava que Satanás, não Cristo, é o portador final dos pecados:
"Como O sacerdote ao remover do Santuário os pecados confessava sobre a cabeça do bode emissário, semelhantemente Cristo porá todos esses pecados sobre Satanás, o originador e instigador do pecado... Satanás, levando a culpa de todos os pecados que induziu o povo de Deus a cometer."
Fonte: O Grande Conflito, p. 485; m.egwwritings.org/pt/book/11125.1835
Esta interpretação apresenta Satanás (tipo do bode emissário) como aquele que finalmente leva a culpa dos pecados.
Problema Teológico Crítico
A Bíblia é absolutamente clara que Cristo, não Satanás, leva nossos pecados:
Isaías 53:6 (profecia messiânica):
"Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos."
"Sobre ele" — Cristo é o portador dos pecados, não Satanás.
1 Pedro 2:24 (aplicação do Antigo Testamento):
"Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; pelas suas feridas, fomos sarados."
"Ele mesmo" — Cristo pessoalmente levou nossos pecados.
Hebreus 9:28:
"Cristo... se ofereceu uma vez para tirar os pecados de muitos."
"Tirar os pecados" (ἀναφέρω, anaphero) — levar para longe, remover completamente.
Erro Hermenêutico de Ellen White
A interpretação adventista do "bode emissário" em Levítico 16 é hermeneuticamente falha:
Dois bodes em Levítico 16:5-10:
Um bode "para o Senhor" (expiação pelos pecados)
Um bode "para Azazel" (remoção/afastamento)
Tipologia bíblica correta:
Bode "para o Senhor" = Cristo na cruz (expiação)
Bode "para Azazel" = remoção simbólica dos pecados já expiados (não portador de culpa)
Ellen White inverteu a tipologia:
Fez Cristo = Bode "para o Senhor" (certo)
Fez Satanás = Bode "para Azazel" (errado - isto torna Satanás portador de culpa)
Problema: Levítico 16:22 mostra que o bode emissário era liberado na Terra solitária, não condenado. Se Satanás fosse o bode emissário, ele seria apenas removido, não punido pelos pecados.
5. A Segunda Vinda de Cristo Dependente de Perfeição Humana
Doutrina Adventista Explícita
Ellen White escreveu que Cristo não pode voltar até que uma geração final alcance perfeição de caráter sem pecado:
"Quando o caráter de Cristo for perfeitamente reproduzido em seu povo, então ele virá para reclamá-los como seus."
Fonte: Parábolas de Jesus (Christ's Object Lessons), p. 69, 1900
A Conferência Geral (1973) formalizou isto:
"Cada membro deve reconhecer que tem um papel em apressar ou atrasar a vinda de Cristo. Quando o caráter de Cristo for perfeitamente reproduzido em Seu povo, então Ele virá para reclamá-los como seus."
Implicação lógica: A volta de Cristo é condicional — depende de realizações humanas.
Problema Teológico Crítico
A Bíblia ensina que a segunda vinda de Cristo depende exclusivamente da soberania divina, não de realizações humanas:
Atos 1:7 (depois da ascensão):
"Respondeu-lhes: Não vos compete saber os tempos ou as épocas que o Pai fixou pela sua própria autoridade."
Não é nosso papel apressar ou atrasar a volta — isto é prerrogativa exclusiva do Pai.
Mateus 24:36:
"Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão somente o Pai."
A hora é conhecida exclusivamente pelo Pai, não por nossas realizações.
Mateus 24:42-44:
"Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor... Por essa razão, ficai também vós preparados; porque, à hora em que não imaginais, o Filho do Homem virá."
A incerteza do tempo é intencional — impossibilita qualquer cálculo humano.
2 Pedro 3:9-10:
"O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a julgam demorada; porém, é longânimo para conosco, não querendo que nenhum se perca, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, porém, como ladrão, o dia do Senhor."
Cristo virá quando Deus determinar, não quando humanos alcançarem perfeição.
Consequência Prática: Pressão Psicológica Insuportável
Esta doutrina cria uma pressão teológica devastadora:
Responsabilidade impossível: Os adventistas são responsabilizados por apressar ou atrasar Cristo
Perfeccionismo: Devem alcançar "impecabilidade" para que Cristo volte
Ansiedade escatológica: Vivem em medo de não atingir a "perfeição final"
Falsa esperança: Creem que podem controlar eventos cósmicos
Resumo Comparativo: Cristologia Adventista vs. Ortodoxia Cristã
Doutrina | Adventismo | Ortodoxia Cristã | Problema |
|---|---|---|---|
Identidade de Cristo | Miguel, o Arcanjo | Filho de Deus, superior aos anjos | Reduz infinitude divina |
Centro da Expiação | Obediência legal (vindicar lei) | Morte substitutiva (satisfazer ira de Deus) | Nega propiciação |
Suficiência do Sacrifício | Incompleto; continua em 1844 | Consumado na cruz ("está consumado") | Nega Hebreus 10:14 |
Portador dos Pecados | Satanás (bode emissário) | Cristo (sacrifício expiatório) | Nega Isaías 53:6 |
Segunda Vinda | Condicional (depende de perfeição) | Soberana (depende de Deus) | Nega Atos 1:7 |
Conclusão da Seção
Embora a IASD tenha formalmente abraçado a Trindade e a divindade de Cristo em 1957, as doutrinas adventistas remanescentes sobre:
Miguel como Cristo
Obediência acima de sacrifício
Juízo investigativo
Satanás como portador de pecados
Segunda vinda condicional
...demonstram que o adventismo mantém uma cristologia que viola a ortodoxia cristã histórica e contradiz sistematicamente as Escrituras.
Estas não são questões periféricas — elas afetam o coração do evangelho: a suficiência, a completude e a eficácia do sacrifício de Cristo.
Fontes Verificáveis
Centro White (IASD): https://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/quem-e-o-arcanjo-miguel/
Notícias Adventistas (oficial): https://noticias.adventistas.org/pt/o-arcanjo-miguel-e-jesus-cristo/
Adventist Biblical Research Institute: https://adventistbiblicalresearch.org/articles/is-michael-another-name-for-jesus
Ellen White Writings: m.egwwritings.org (Signs of the Times, July 17, 1893; O Grande Conflito, p. 485)
Ministeriopastoral: https://ministeriopastoral.com.br/por-que-o-juizo-ainda-nao-terminou/
Resumo dos Problemas Sistêmicos
113 anos de arianismo/semi-arianismo (1844-1957)
Mudança sob pressão externa, não convicção interna
Falta de transparência em QOD
Elementos heterodoxos remanescentes mesmo após 1957
Ellen White como profetiza falsa — ensinou heresias cristológicas explícitas
Implicações Práticas
Para adventistas sinceros:
Reconheça o problema: O adventismo tem histórico cristológico gravemente falho
Teste pela Escritura: A Bíblia é suficiente (2 Timóteo 3:16-17)
Cristo é suficiente: Você não precisa temer juízo investigativo ou buscar perfeição sem pecado
Descanse na obra completa de Cristo: "Está consumado" (João 19:30)
Apelo Final
O Jesus adventista não é o Jesus bíblico.
O evangelho adventista não é o evangelho de Paulo.
A salvação adventista não é a salvação pela graça mediante a fé.
Para aqueles que deixam o adventismo: bem-vindos à liberdade em Cristo. Você está coberto por Sua justiça, não pela sua própria.
Referências Bibliográficas
Fontes Primárias Adventistas
White, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. Review and Herald, 1898.
White, Ellen G. História da Redenção. Review and Herald, 1947.
White, Ellen G. O Grande Conflito. Review and Herald, 1911.
White, Ellen G. Parábolas de Jesus. Review and Herald, 1900.
Seventh-day Adventists Answer Questions on Doctrine. Review and Herald, 1957.
Smith, Uriah. Looking Unto Jesus. Review and Herald, 1898.
Fontes Secundárias
Zurcher, Jean R. Tocado por Nossos Sentimentos. Review and Herald, 1999.
Paxton, Geoffrey J. The Shaking of Adventism. Zenith Publishers, 1977.
Knight, George R. Questions on Doctrine: Annotated Edition. Andrews University Press, 2003.
Ortodoxia Cristã
Kelly, J.N.D. Early Christian Doctrines. HarperCollins, 1978.
Pelikan, Jaroslav. The Christian Tradition, vol. 1. University of Chicago Press, 1971.
Schaff, Philip. The Creeds of Christendom, vol. 1-2. Baker Books, 1983.
Referências Bibliográficas
PAULO (). 1 Coríntios 15:14. Bíblia.
SMITH, Uriah (1865). O Filho de Deus... Foi o primeiro ser criado, datando sua existência muito antes de qualquer outro ser ou coisa criada, ao lado do Deus autoexistente e eterno.. .
WHITE, James (1846). A antiga doutrina não-escriturística da Trindade... foi estabelecida na igreja pelo Concílio de Niceia em 325 d.C. Essa doutrina destrói a personalidade de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo.. .
WHITE, Ellen (1845). Um Trono e nele estava sentado o Pai e o Filho... Não pude ver a pessoa do Pai, pois uma nuvem de luz gloriosa o cobria. Perguntei a Jesus se o Pai tinha uma forma semelhante a dele. Ele disse que sim, mas eu não poderia contemplá-la, pois ele disse que se eu visse uma vez a glória da sua pessoa deixaria de existir.. .
(). João 1:1-3. Bíblia.
(). Colossenses 1:16-17. Bíblia.
(). Hebreus 1:3. Bíblia.
(). Filipenses 2:6. Bíblia.
(). Crença Fundamental #4. Site oficial IASD.
(). Credo Niceno. .
(). Hebreus 1:5-14. Bíblia.
(). 1 Coríntios 15:3-4. Bíblia.
(). Hebreus 10:10. Bíblia.
(). Isaías 53:6. Bíblia.
(). Atos 1:7. Bíblia.
(). Colossenses 2:9. Bíblia.
(). 2 Timóteo 3:16-17. Bíblia.
(). João 19:30. Bíblia.
WHITE, Ellen G. (1898). O Desejado de Todas as Nações. Review and Herald.
WHITE, Ellen (). O Desejado de Todas as Nações. .
WHITE, Ellen G. (1947). História da Redenção. Review and Herald.
WHITE, Ellen (1947). História da Redenção. .
WHITE, Ellen G. (1911). O Grande Conflito. Review and Herald.
WHITE, Ellen (). O Grande Conflito. .
(). O Grande Conflito. .
WHITE, Ellen G. (1900). Parábolas de Jesus. Review and Herald.
WHITE, Ellen (). Parábolas de Jesus. .
(1957). Seventh-day Adventists Answer Questions on Doctrine. Review and Herald.
SMITH, Uriah (1898). Looking Unto Jesus. Review and Herald.
ZURCHER, Jean R. (1999). Tocado por Nossos Sentimentos. Review and Herald.
PAXTON, Geoffrey J. (1977). The Shaking of Adventism. Zenith Publishers.
KNIGHT, George R. (2003). Questions on Doctrine: Annotated Edition. Andrews University Press.
KELLY, J.N.D. (1978). Early Christian Doctrines. HarperCollins.
PELIKAN, Jaroslav (1971). The Christian Tradition , vol. 1. University of Chicago Press.
SCHAFF, Philip (1983). The Creeds of Christendom , vol. 1-2. Baker Books.