IASDIASD
    Beber Bebidas Alcoólicas é Pecado??
    Mensagem de Saúde

    Beber Bebidas Alcoólicas é Pecado??

    “Então, gastarás aquele dinheiro em tudo o que desejares: em bois, em ovelhas, em vinho, em bebida forte, e em tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa.”

    27 de dezembro de 202511 min min de leituraPor Rodrigo Custódio

    Não. Beber álcool, em si, não é pecado segundo a Bíblia, mas a teologia adventista, guiada por Ellen G. White, transformou o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica em prática intrinsecamente pecaminosa e incompatível com a salvação.


    Versículos Bíblicos sobre o uso de vinho e bebida alcoólica

    (Textos que mostram o uso normal e aceitável do vinho segundo a Bíblia)


    1. Uso positivo e normal do vinho

    Deuteronômio 14:26
    “Então, gastarás aquele dinheiro em tudo o que desejares: em bois, em ovelhas, em vinho, em bebida forte, e em tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa.”
    → O vinho e a bebida forte são permitidos por Deus em contexto de festa espiritual.

    Salmo 104:14-15
    “[O Senhor] faz crescer a erva para o gado e as plantas para o serviço do homem, para da terra tirar o alimento, o vinho que alegra o coração do homem, o azeite que lhe faz reluzir o rosto, e o pão que lhe fortalece o coração.”
    → O vinho é mencionado como dádiva divina que alegra o coração humano.

    Eclesiastes 9:7
    “Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe, de coração contente, o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras.”
    → O vinho é apresentado como parte de uma vida aprovada por Deus.

    Cânticos 1:2; 1:4; 5:1
    “Melhor é o teu amor do que o vinho.”
    “Celebramos o teu amor mais do que o vinho.”
    “Comi o meu favo com o meu mel; bebi o meu vinho com o meu leite. Comei, amigos, bebei, embriagai-vos de amores.”
    → O vinho é mencionado como símbolo de alegria e celebração legítima.

    Amós 9:13-14
    “... os montes destilarão mosto, e todas as colinas se derreterão. Restaurarei o cativeiro do meu povo Israel [...] plantarão vinhas e beberão o seu vinho.”
    → Beber o vinho das próprias vinhas é apresentado como bênção de restauração.

    Isaías 25:6
    “O Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos os povos um banquete de manjares gordurosos, um banquete de vinhos envelhecidos, de tutanos gordurosos e de vinhos purificados.”
    → Banquete escatológico descrito com vinhos envelhecidos como símbolo de abundância e alegria.

    Zacarias 10:7
    “E os de Efraim serão como um valente, e o seu coração se alegrará como pelo vinho.”
    → O vinho é símbolo de alegria dada por Deus.

    Juízes 9:13
    “Mas a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens, para ir balouçar-me sobre as árvores?”
    → O vinho é declarado algo que “agrada a Deus e aos homens”.


    2. Uso medicinal e cotidiano

    1 Timóteo 5:23
    “Não bebas somente água, mas usa um pouco de vinho por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.”
    → Paulo recomenda vinho como tratamento medicinal legítimo.

    Provérbios 31:6-7
    “Dai bebida forte aos que perecem e vinho aos amargurados de espírito. Que bebam e se esqueçam da sua pobreza e das suas misérias.”
    → O vinho e a bebida forte são reconhecidos como paliativos em situações de dor e tristeza.

    2 Samuel 16:2
    “O rei disse a Ziba: Para que levas isso? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do rei montar, e o pão e os figos secos, para comerem os moços, e o vinho, para beberem os cansados no deserto.”
    → O vinho é usado para restaurar forças físicas.

    Lucas 10:34
    “E, chegando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.”
    → O bom samaritano usa vinho como antisséptico medicinal.


    3. Uso social e religioso

    João 2:1-11 – As bodas de Caná
    “O mestre-sala provou a água feita vinho e chamou o noivo, dizendo: ‘Todos põem primeiro o bom vinho, e quando já têm bebido fartamente, então o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.’”
    → Jesus transforma água em vinho e é elogiado pelo “bom vinho” — evidência de vinho verdadeiro.

    Salmo 4:7
    “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicam o trigo e o vinho.”
    → O vinho é símbolo cultural de fartura e alegria.

    Eclesiastes 10:19
    “Para rir, fazem-se banquetes, e o vinho alegra a vida; e o dinheiro atende a todas as coisas.”
    → O vinho alegra a vida em contexto de festa.

    Esdras 6:9
    “O que for necessário — novilhos, carneiros e cordeiros, para holocaustos ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite — lhes seja dado dia a dia, sem falta.”
    → O vinho é parte da provisão normal para o culto e sacrifícios.

    Neemias 10:39; 13:5
    “Trouxeram-se os dízimos dos grãos, do vinho e do azeite aos armazéns da casa de nosso Deus.”
    → O vinho está entre os produtos ofertados ao Senhor.


    4. Textos de advertência (contra o abuso, não contra o uso)

    Provérbios 20:1
    “O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio.”
    → Adverte contra ser dominado, não contra o uso em si.

    Provérbios 23:29-35
    “Para quem são os ais? Para quem as pelejas? [...] Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho [...] No fim, morderá como a cobra e como o basilisco picará.”
    → Exortação contra o excesso e a embriaguez.

    Efésios 5:18
    “E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.”
    → Proibição da embriaguez, não da bebida em si.

    Romanos 13:13
    “Andemos honestamente [...] não em orgias e bebedices, nem em desonestidades.”
    → O problema é o descontrole e a devassidão.

    1 Coríntios 6:10
    “Nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”
    → Condenação da embriaguez, não do consumo moderado.


    O ensino adventista: abstinência total como “vontade de Deus”

    A Igreja Adventista do Sétimo Dia, influenciada pelas visões de Ellen G. White, proíbe qualquer uso de álcool, não apenas a embriaguez. Essa proibição é apresentada como parte da “Mensagem de Reforma de Saúde”, que, por sua vez, é ligada à mensagem do terceiro anjo, ao “evangelho eterno” de Apocalipse 14 e à preparação de um povo “apto para a trasladação”.

    Na prática, isso significa que a abstinência completa de álcool é tratada como parte do pacote que identifica o “remanescente fiel”. Quem bebe, ainda que moderadamente, é visto como espiritualmente inconsistente ou em rebelião contra a luz que Deus teria dado por meio de Ellen White.


    O que Ellen White disse sobre vinho e álcool

    A peça central da posição adventista é a afirmação categórica de Ellen White de que a Bíblia nunca aprova o uso de vinho intoxicante.

    “A Bíblia em parte alguma sanciona o uso de vinho intoxicante. O vinho que Cristo fez da água na festa de casamento em Caná era o puro suco da uva. Este é o ‘vinho novo [...] achado no cacho’, de que a Escritura diz: ‘Não o desperdices, pois há bênção nele’ (Isaías 65:8).”
    Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver (The Ministry of Healing), página 333.

    Em outro lugar, White classifica o álcool (junto com chá, café e tabaco) como indulgência pecaminosa.
    “O chá, o café, o tabaco e o álcool devemos apresentar como indulgências pecaminosas. [...] Os primeiros — chá, café, tabaco, cerveja, vinho e todas as bebidas alcoólicas — não devem ser tomados moderadamente, mas abandonados.”
    Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Volume 3, página 287.

    E ainda afirma:
    “A embriaguez é produzida tão realmente pelo vinho, pela cerveja e pela sidra como pelas bebidas mais fortes. O uso dessas bebidas desperta o gosto por coisas mais fortes, e assim o hábito da bebida se estabelece. O beber moderado é a escola em que as pessoas são educadas para a carreira do bêbado.”
    Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, página 333.


    O conflito com os dados bíblicos

    1. Deus ordenando o consumo de vinho e bebida forte
    Em Deuteronômio 14:26, Deus autoriza explicitamente o uso de vinho e bebida forte em contexto de celebração santa, o que contradiz a declaração de Ellen White de que “a Bíblia em parte alguma sanciona o uso de vinho intoxicante”.

    2. O testemunho positivo sobre o vinho
    Salmo 104:14-15 descreve o vinho como uma dádiva divina que “alegra o coração do homem”, mostrando que o consumo moderado é parte da normalidade da vida abençoada.

    3. Jesus e o vinho
    Em João 2, Jesus produz o melhor vinho para uma festa de casamento. O termo grego “oinos” refere-se a vinho fermentado. Reinterpretar esse milagre como suco de uva é anacronismo moderno, nascido do movimento de temperança do século XIX.


    O que a Bíblia realmente condena: embriaguez, não o uso moderado

    A Escritura é clara: a condenação recai sobre a embriaguez e o descontrole, não sobre o uso moderado e responsável:

    • “E não vos embriagueis com vinho.” (Efésios 5:18)

    • “Andemos honestamente [...] não em orgias e bebedices.” (Romanos 13:13)

    • “Nem bêbados herdarão o reino de Deus.” (1 Coríntios 6:10)

    Ao mesmo tempo, o vinho é reconhecido como símbolo de alegria, bênção e comunhão. A Bíblia equilibra advertência com permissão, sem cair em extremos.


    A escalada adventista: do conselho à salvação

    No sistema adventista, o tema do álcool deixou de ser uma questão de saúde e tornou-se um indicador de salvação.
    Ellen White integrou a abstinência total na Reforma de Saúde, que, segundo ela, é parte essencial da mensagem do terceiro anjo — o que acabou transformando a dieta e o estilo de vida em condição para o preparo espiritual.

    Assim, algo que a Bíblia apresenta como questão de domínio próprio e sabedoria virou um marcador soteriológico dentro do adventismo.


    Conclusão: o erro adventista e o padrão bíblico

    A Bíblia condena o abuso, a embriaguez e a falta de domínio próprio.
    A Bíblia não ensina que qualquer consumo de álcool, em qualquer quantidade, seja automaticamente pecado.
    A Bíblia reconhece o vinho e até a “bebida forte” como parte da vida comum, inclusive em contextos religiosos e festivos.

    Ellen G. White, porém:

    • Afirma que a Bíblia “em parte alguma” sanciona o uso de vinho.

    • Diz que Jesus fez apenas suco de uva nas bodas de Caná.

    • Classifica o álcool como “indulgência pecaminosa”.

    • Transforma abstinência total em sinal de pureza espiritual.

    Ao fazer isso, Ellen White ultrapassa o texto bíblico e cria um mandamento humano.
    A embriaguez é pecado. O uso responsável e moderado do vinho, com gratidão a Deus, não é.
    Transformar o uso moderado em pecado absoluto é distorcer o evangelho da graça — exatamente o tipo de farisaísmo que o Novo Testamento condena.

    O Abuso do Álcool: Advertência Bíblica, Não Proibição Total

    A Bíblia nunca incentiva o abuso do vinho — ela o alerta como um caminho perigoso que conduz à insensatez e destruição. Desde o Antigo Testamento, as advertências contra a embriaguez são claras e intensas, mostrando que o pecado está na perda do domínio próprio, não no uso moderado e responsável.

    Provérbios 20:1 declara: “O vinho é escarnecedor e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio.”
    Este texto não proíbe o vinho — mas adverte contra ser dominado por ele.

    Provérbios 23:29-35 também condena o excesso: “No fim, morderá como a cobra e como o basilisco picará.”
    Aqui, a ênfase não está em rejeitar o vinho como algo intrinsecamente mau, mas em reconhecer o perigo da embriaguez. O problema não está no cálice, mas no coração que perde o controle.

    O apóstolo Paulo reforça a mesma linha:

    “E não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.” (Efésios 5:18)
    A linguagem é moral e espiritual: o perigo é a corrupção do discernimento e da sobriedade. A solução não é o extremismo da abstinência universal, mas o cultivo da autocontenção e da plenitude do Espírito Santo.

    Jesus, em contraste, não proíbe o vinho; Ele o usa em celebrações e metáforas espirituais. Seu primeiro milagre foi, justamente, transformar água em vinho — e foi elogiado por produzir o melhor (João 2:10). Se o vinho fosse, por princípio, um elemento pecaminoso, Cristo jamais teria se associado a ele.

    Portanto, o ensino equilibrado da Escritura é claro:

    • O vinho deve ser usado com moderação e gratidão.

    • A embriaguez deve ser evitada a qualquer custo.

    • O domínio próprio, fruto do Espírito, é o verdadeiro antídoto contra o abuso.

    Um Alerta Contra Interpretações Falsas e Extremistas

    Transformar advertências bíblicas em proibições universais é distorcer a Palavra de Deus. A Bíblia ensina moderação e sabedoria; o legalismo ensina medo e escravidão.

    Grupos religiosos e líderes — inclusive Ellen G. White e o sistema de saúde adventista — caíram no erro de proibir o que Deus permite, impondo como doutrina aquilo que era apenas conselho. Isso é o mesmo espírito farisaico que Jesus denunciou: “Anulam a Palavra de Deus por causa da vossa tradição” (Marcos 7:13).

    O verdadeiro crente não vive pela tirania de regras humanas, mas pela liberdade do Espírito Santo. A maturidade cristã não está em negar o vinho, mas em usar todas as coisas com gratidão e autocontrole.

    Em outras palavras, a Bíblia manda fugir da embriaguez — não do vinho. O perigo não está no que entra pela taça, mas no coração que não sabe quando parar.

    crítica adventista
    ellen white
    abstinência alcoólica adventista
    doutrina do álcool iasd
    erro doutrinário adventista
    bebidas alcoólicas e pecado
    santuário adventista
    teologia reformada crítica adventismo
    evangélico análise bíblica
    adventismo e salvação