IASDIASD
    O Dízimo do Medo: A Teologia da Coerção Financeira na Voz de Erton Köhler e Ellen White
    Erton Köhler

    O Dízimo do Medo: A Teologia da Coerção Financeira na Voz de Erton Köhler e Ellen White

    Análise bíblica crítica expõe o dízimo coercitivo adventista defendido por Erton Köhler e Ellen White. Entenda as falhas e descubra a verdade.

    28 de dezembro de 20255 min min de leituraPor Rodrigo Custódio

    O Pastor Erton Köhler (atual Presidente Mundial da IASD) utiliza uma retórica de crise para exigir fidelidade financeira absoluta, apresentando o dízimo não como uma resposta de gratidão, mas como um teste de lealdade imposto por Deus, que "cria ou permite o problema" para provar o fiel. Ele defende a centralização total dos recursos na organização (não na igreja local), a separação do dízimo sobre salário, heranças e presentes, e exorta os membros a "quebrarem suas contas" para manterem a fidelidade institucional.
    Este artigo demonstra que essa mensagem é o eco fiel do legalismo financeiro de Ellen White, que transformou o dízimo em um imposto eclesiástico obrigatório, sob pena de maldição e perda da salvação. Biblicamente, tal ensino subverte a liberdade cristã, impõe um jugo levítico abolido e distorce a natureza da providência divina.


    1. O Dízimo como "Devolução" e a Centralização Institucional

    A Tese de Erton Köhler:

    "Dízimo não é dado, é devolvido... Esse recurso nunca foi meu e nunca foi seu... A menor parte pertence àquele que é o dono de tudo."

    A Fonte (Ellen White):
    Erton Köhler está repetindo o dogma da centralização estabelecido por White.

    "A parte que Deus reservou para Si não deve ser desviada para nenhum outro desígnio que não aquele por Ele especificado... O dízimo deve ser trazido ao Seu tesouro [a Associação/Conferência], para ser empregado em manter os obreiros."
    — Testemunhos para a Igreja, Vol. 9, p. 247.
    "Muitos confessaram não terem devolvido o dízimo... Deus não pode abençoar os que O estão roubando... O dízimo atrasado é propriedade de Deus."
    — Conselhos sobre Mordomia, p. 86-87.

    Refutação Sola Scriptura:

    1. Dízimo no NT: O Novo Testamento não contém um único mandamento para os cristãos "devolverem" 10% de sua renda a uma organização centralizada. As ofertas eram coletas para os pobres (1 Coríntios 16:1-2) e sustento de missionários (Filipenses 4:15-18), sempre voluntárias ("conforme prosperou" e "não com tristeza ou por necessidade" - 2 Co 9:7).

    2. A Casa do Tesouro: A teologia adventista identifica o "Tesouro" de Malaquias 3:10 com o escritório da Associação/Conferência, proibindo que o dízimo fique na igreja local para pagar luz ou água. Biblicamente, o dízimo levítico sustentava os levitas, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros (Deuteronômio 14:28-29). A centralização exclusiva para "pagar pastores" e a proibição de uso local ou caritativo é uma invenção administrativa sem base bíblica.

    2. A Teologia da Crise: Deus como Gerador de Problemas

    A Tese de Erton Köhler:

    "A crise financeira é uma oportunidade que eu [Deus] estou lhe dando para você me mostrar se é capaz de viver pela fé... Deus causa o problema ou permite o problema para ter certeza se Ele é o primeiro."

    A Fonte (Ellen White):

    "Homens há a quem Deus tem abençoado e a quem está provando, para ver que resposta darão aos Seus benefícios... Deus prova o Seu povo... Ele permite que a escassez venha para ver se eles confiarão nEle."
    — Conselhos sobre Mordomia, p. 96.
    "Aquele que retém o que é de Deus será amaldiçoado... A maldição de Deus repousará sobre os que roubam a Deus."
    — Testemunhos para a Igreja, Vol. 3, p. 269.

    Refutação Sola Scriptura:

    1. O Caráter de Deus: Deus não cria crises financeiras para "testar" se vamos pagar a Ele. Jesus ensinou que o Pai dá boas coisas aos que lhe pedem (Mateus 7:11). Atribuir a escassez a um teste divino de arrecadação transforma o Pai Celestial em um cobrador de impostos que quebra as pernas do devedor para ver se ele paga.

    2. A Fé Verdadeira: A fé bíblica confia na provisão de Deus apesar da crise, não por causa de um teste de solvência. O teste de Deus não é "pague-me primeiro ou sofra", mas "busque o Reino e o resto será acrescentado" (Mateus 6:33). O foco é o Reino, não a manutenção da máquina institucional.

    3. "Quebre suas Contas": O Legalismo Financeiro Extremo

    A Tese de Erton Köhler:

    "Experimente quebrar as suas contas e viver pela fé... Separe o que é de Deus primeiro... Chegou uma herança, um presente, um salário: primeiro Deus."

    A Fonte (Ellen White):

    "Aquele que se apropria da porção do Senhor... é um ladrão... O homem que rouba a Deus está roubando a si mesmo... perderá o tesouro celestial."
    — Conselhos sobre Mordomia, p. 86-87.
    "Primeiro o dízimo, então as ofertas... ponha de parte o dízimo como um fundo separado, para ser sagradamente do Senhor."
    — Conselhos sobre Mordomia, p. 81.

    Refutação Sola Scriptura:

    1. Prioridade Ética: A Bíblia diz: "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor" (Romanos 13:8). O cristão deve honrar seus contratos e pagar suas dívidas. Aconselhar alguém a "quebrar as contas" (deixar de pagar luz, aluguel, fornecedores) para enviar dinheiro à organização é imoralidade financeira travestida de fé. É dar "Corbã" (oferta a Deus) enquanto se negligencia a justiça e a honestidade (Marcos 7:11-13).

    2. Dízimo sobre Presentes/Herança: A lei do dízimo era sobre o fruto da terra e dos rebanhos (Levítico 27:30). Não havia dízimo sobre dinheiro achado, presentes ou venda de propriedades (exceto votos voluntários). A extensão do dízimo a "tudo o que passa pela mão" (herança, presentes) é uma expansão farisaica do mandamento, visando maximizar a arrecadação institucional.

    Conclusão: O Jugo que Cristo Quebrou

    A mensagem do Pastor Erton Köhler, ancorada nos escritos de Ellen White, constrói uma Soteriologia Financeira: a sua fidelidade a Deus é medida pelo seu extrato bancário com a organização. Se você não paga, você é um ladrão, está sob maldição e Deus lhe enviará crises para "provar" você.
    Isso não é Evangelho; é a Lei, e uma Lei distorcida.

    • No Evangelho, Cristo se fez maldição por nós (Gálatas 3:13) para nos livrar da maldição da Lei.

    • No Evangelho, Deus seu Filho antes de nós darmos qualquer coisa (Romanos 5:8).

    • No Evangelho, a doação é fruto da liberdade do Espírito, não do medo da crise ou da coerção institucional.

    O cristão deve rejeitar essa teologia do medo. Deus não é um agiota celestial. Sua provisão não depende de "quebrarmos nossas contas" para sustentar uma burocracia, mas de confiarmos nAquele que veste os lírios do campo e alimenta as aves do céu, sem cobrar 10% de taxa de serviço.

    crítica adventista
    iasd
    ellen white
    dízimo adventista
    coerção financeira igreja
    legalismo financeiro adventismo
    doutrina do dízimo iasd
    êrton köhler dízimo
    centralização recursos igreja adventista
    análise bíblica dízimo
    evangélico critique adventismo
    erros doutrinários adventistas
    soteriologia financeira iasd
    biblia x doutrina do dízimo
    doutrinas adventistas analisadas

    Referências Bibliográficas

    [1]

    WHITE, Ellen (). Testemunhos para a Igreja, Vol. 9. .

    [2]

    (). 1 Coríntios 16:1-2. Bíblia.

    [3]

    (). Filipenses 4:15-18. Bíblia.

    [4]

    (). 2 Co 9:7. Bíblia.

    [5]

    (). Malaquias 3:10. Bíblia.

    [6]

    (). Deuteronômio 14:28-29. Bíblia.

    [7]

    WHITE, Ellen (). Testemunhos para a Igreja, Vol. 3. .

    [8]

    (). Mateus 7:11. Bíblia.

    [9]

    (). Mateus 6:33. Bíblia.

    [10]

    (). Romanos 13:8. Bíblia.

    [11]

    (). Marcos 7:11-13. Bíblia.

    [12]

    (). Levítico 27:30. Bíblia.

    [13]

    (). Gálatas 3:13. Bíblia.

    [14]

    (). Romanos 5:8. Bíblia.

    [15]

    WHITE, E. G. (). Conselhos sobre Mordomia. Casa Publicadora Brasileira.

    [16]

    WHITE, Ellen (). Conselhos sobre Mordomia. .

    [17]

    WHITE, E. G. (). Testemunhos para a Igreja. CPB.

    [18]

    (). Bíblia Sagrada. .

    [19]

    CARSON, D. A. (). A Teologia da Prosperidade e o Novo Testamento. .