
O Estilo de Vida do Remanescente: Uma Análise da "Maluquice" Adventista e as Mentiras de Púlpito de Michelson Borges
Descubra nesta análise crítica como Michelson Borges distorce doutrinas adventistas sobre remanescente, estilo de vida e Ellen White com base bíblica confiável
Em sua pregação sobre o "estilo de vida do remanescente", o influenciador adventista Michelson Borges apresenta uma versão higienizada e quase evangélica do adventismo, focada no amor ao próximo, saúde e modéstia. Ele afirma que a guarda dos mandamentos é consequência do amor, nega o legalismo e apresenta Ellen White como uma profetisa que "sempre apontou para a Bíblia".
No entanto, uma análise rigorosa das fontes primárias de Ellen White revela um quadro oposto: o "estilo de vida" não é uma opção de saúde, mas uma condição de salvação (trasladação); o "testemunho de Jesus" não é bíblico, mas exclusivista; e a "modéstia" é um código de controle comportamental que a própria profetisa não seguia. Borges utiliza o púlpito para vender um "remanescente de vitrine", escondendo o "remanescente de estoque" que vive sob o jugo de um perfeccionismo impossível.
1. O Remanescente e o Mito do "Apenas Amor"
A Tese de Borges:
Borges define o remanescente (Ap 12:17) como aqueles que guardam os mandamentos e têm o testemunho de Jesus. Ele enfatiza que a marca principal é "amar o próximo" e que a obediência é fruto desse amor, não uma tentativa de salvação.
A Ellen White Real (A Salvação pelo Estilo de Vida):
Enquanto Borges prega graça, Ellen White prega que o estilo de vida (especificamente a dieta) é um critério para a trasladação (ir para o céu sem morrer).
"Aqueles que estão aguardando a volta do Senhor, deixarão de comer carne... Nenhum comedor de carne será trasladado."
— Testimonies on Diet and Foods (Estudos Testemunhais sobre Regime Alimentar), p. 67 (Citação de declaração atribuída a White por G.B. Starr e confirmada por sua teologia da purificação).
"O regime cárneo não é o mais são... [Deus] a tirará de nós. E neste tempo presente, quem não usa deste tempo de graça para se educar neste sentido, possivelmente cairá, quando provado."
— Conselhos sobre o Regime Alimentar, p. 380-381 (Interpretação oficial sobre a purificação final).
A Mentira de Púlpito:
Borges diz que o estilo de vida é para "honrar a Deus" e "ter saúde". Ele omite que, na teologia do Grande Conflito, quem comer um bife ou tomar café no tempo do fim não terá o "selo de Deus" porque não purificou o templo do corpo. O estilo de vida não é gratidão; é qualificação para o arrebatamento.
2. O Testemunho de Jesus: O Exclusivismo Sectário
A Tese de Borges:
Borges explica que "o testemunho de Jesus é o espírito de profecia" (Ap 19:10) e que isso legitima Ellen White como a profetisa do tempo do fim. Ele diz que "a Bíblia é a régua" e que White passa no teste bíblico.
A Ellen White Real (A Profetisa Acima da Bíblia):
Borges afirma que White "nos conduz à Bíblia". Mas White afirma que seus escritos são a autoridade final quando há discordância sobre a Bíblia.
"Quando o poder de Deus testifica quanto ao que é a verdade, essa verdade deve permanecer para sempre... Os que buscam novas luzes contrárias às mensagens que Deus enviou... estão sendo enganados."
— O Grande Conflito, (Sobre a confirmação de suas visões).
"Pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor [seus escritos] para guiar homens e mulheres à luz maior."
— Colporteur Ministry, p. 125.
A Mentira de Púlpito:
Ao dizer que "o remanescente segue a Bíblia e o dom profético", Borges esconde que, na prática adventista, não se pode interpretar a Bíblia contra Ellen White. Se a Bíblia diz que o ladrão na cruz foi para o Paraíso naquele dia (Lc 23:43), mas Ellen White diz que ele dormiu (sono da alma), o adventista deve rejeitar o texto bíblico óbvio em favor da interpretação profética. O "testemunho de Jesus" na boca de Borges é um código para "a interpretação obrigatória de Ellen White".
3. "Já Não Sou Eu Quem Vive": O Perfeccionismo da Morte do Eu
A Tese de Borges:
Borges cita Paulo: "Já não sou eu quem vive, Cristo vive em mim", pintando isso como uma experiência mística de entrega e reflexo de Jesus.
A Ellen White Real (A Aniquilação da Personalidade):
Para White, "Cristo viver em mim" significa atingir um estado de impecabilidade absoluta antes da volta de Jesus, onde qualquer falha de caráter impede a salvação.
"Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação... Esta é a condição em que devem encontrar-se os que hão de subsistir no tempo de angústia."
— O Grande Conflito, p. 623.
"Ninguém jamais poderá entrar na cidade de Deus com uma mancha ou ruga sequer."
— Review and Herald, 1910.
A Mentira de Púlpito:
Borges apresenta o "estilo de vida" como algo belo e natural. Na realidade, é um regime de ansiedade perpétua. O adventista raiz vive com medo de que um "pensamento" errado ou um "prato de carne" o desqualifique da chuva serôdia. "Cristo vive em mim" torna-se "Eu tenho que morrer tanto para mim mesmo que me torno um robô moral sem desejos humanos".
4. Modéstia e Vestuário: O Farisaísmo Estético
A Tese de Borges:
Borges conta anedotas sobre ser barrado no fórum de bermuda para justificar a "roupa de domingo" (ou sábado) na igreja. Ele prega decência, modéstia e bom gosto, criticando a ostentação.
A Ellen White Real (Joias vs. Broches):
A hipocrisia adventista sobre vestuário vem da própria profetisa. Ela proibiu o uso de alianças de casamento (chamando-as de "ninharias inúteis" e "costume pagão"), mas usava correntes de relógio de ouro e broches caros.
"Não gastem nem um centavo em enfeites... A aliança de casamento... não a useis."
— Testimonies to Ministers, p. 180-181.
(Foto histórica: Ellen White usando broches e correntes).
A Mentira de Púlpito:
Borges perpetua a ideia de que "Deus se importa com sua roupa". Isso cria uma cultura de julgamento visual onde a santidade é medida pelo comprimento da saia ou pela ausência de brincos, enquanto pecados reais (orgulho espiritual, fofoca, exploração financeira) são tolerados. É o "sepulcro caiado" moderno: bonito por fora (roupa social, sem joias), mas cheio de legalismo por dentro.
Conclusão: O Remanescente de Papelão
O "remanescente" descrito por Michelson Borges é uma ficção de marketing. Ele descreve um povo feliz, equilibrado e bíblico.
O "remanescente" criado por Ellen White é um grupo sectário, ansioso, que acredita ser o único povo de Deus na terra, que precisa parar de comer carne para ser salvo, que julga a salvação pela roupa e que coloca os livros de uma mulher do século XIX acima da exegese bíblica.
Borges é um excelente comunicador, mas sua tarefa é ingrata: ele precisa vender um produto estragado (o legalismo de White) em uma embalagem nova (a graça evangélica). O resultado é essa "maluquice" teológica onde se prega graça mas se vive lei, onde se prega Bíblia mas se segue White.
Referências Bibliográficas
(). Ap 12:17. Bíblia.
WHITE, Ellen (). Testimonies on Diet and Foods (Estudos Testemunhais sobre Regime Alimentar). .
(). Conselhos sobre o Regime Alimentar. .
WHITE, E. G. (). Conselhos sobre o Regime Alimentar. .
WHITE, Ellen (). O Grande Conflito. .
WHITE, E. G. (). O Grande Conflito. .
(). Ap 19:10. Bíblia.
WHITE, Ellen (). Colporteur Ministry. .
(). Lc 23:43. Bíblia.
WHITE, Ellen (1910). Review and Herald. .
(1910). iew and Herald. .
WHITE, E. G. (). Testimonies to Ministers. .
NÚMEROS, Ronald (). Prophetess of Health. .