
Papa e o Sábado: Michelson Borges e a Conspiração Adventista
Descubra a verdade sobre o Papa e o sábado analisando criticamente a abordagem adventista de Michelson Borges sob uma perspectiva bíblica e histórica esclarecedora
Em sua análise sobre a homilia do Papa Leão XIV (um pontífice central nas narrativas escatológicas de 2025) acerca do "Sábado Santo", Michelson Borges utiliza uma estratégia de desinformação teológica. Ele acusa o Papa de "sutileza" para substituir o sábado bíblico pelo domingo, alegando que o pontífice reconhece a validade do sábado apenas para descartá-lo como "velha criação". No entanto, a leitura integral da homilia Jesus Cristo, Nossa Esperança: A Morte revela que o Papa não está discutindo a guarda semanal do sábado (Shabat) versus Domingo, mas sim o significado cristológico do Sábado Santo (o dia entre a Cruz e a Ressurreição). O Papa utiliza a analogia do Gênesis não para abolir a lei, mas para mostrar que o repouso de Jesus no túmulo é o cumprimento perfeito do Shabat judaico. Borges distorce uma reflexão sobre a morte redentora para alimentar sua agenda de conspiração contra um "Papa americano", transformando uma catequese de esperança em munição para a guerra do "Selo de Deus".
1. O Contexto Real: O Que Leão XIV Realmente Disse
A Homilia: Jesus Cristo, Nossa Esperança. III. A Páscoa de Jesus. 7. A morte.
O Foco: O texto é uma meditação sobre o Sábado Santo (Vigília Pascal), não sobre o mandamento do decálogo.
O Argumento Papal:
O Repouso da Criação e da Redenção: O Papa conecta explicitamente o Gênesis 2 ("Deus descansou no sétimo dia") com o repouso de Jesus no túmulo.
"Agora também o Filho, depois de ter completado a sua obra de salvação, descansa... Este descanso é o selo da obra realizada."
A Continuidade, Não a Ruptura: Longe de chamar o sábado de "velha criação" descartável, o Papa o chama de "ventre de ressurreição" e "plenitude contida". Ele valoriza o sábado como o limiar necessário para a nova vida.
"Aquele sepulcro nunca usado fala de algo que ainda deve ocorrer: é um limiar, não um fim."
A Distorção de Borges:
Borges afirma: "Quando o papa fala do sábado... ele está falando do dia em que Jesus descansou no sepulcro... a velha criação é o sábado, mas na nova criação seria então o domingo... A sutileza está aí."
Borges tenta convencer seu público de que o Papa está desvalorizando o sábado. Na verdade, o Papa está sacramentalizando o sábado. Para Leão XIV, o sábado não foi abolido; foi preenchido ("repleto da presença oculta do Senhor"). A "nova criação" não apaga o sábado; ela nasce dele ("o sábado da sepultura torna-se o ventre").
2. A "Nova Criação" e o Ódio ao Domingo
O Ponto de Contenda:
Borges se incomoda profundamente com a frase: "No início da criação, Deus plantou um jardim; agora, também a nova criação tem início num jardim."
Para o adventista, "nova criação" é um código secreto para "Domingo/Lei Dominical".
Para o cristão histórico (e para o Papa), "nova criação" é a realidade ontológica inaugurada pela Ressurreição.
A Teologia Católica: O Domingo é celebrado não por decreto imperial, mas porque é o dia em que a Nova Criação irrompeu na história. O Sábado (sétimo dia) celebra a criação terminada; o Domingo (oitavo dia) celebra a vida eterna iniciada.
A Cegueira Voluntária: Borges diz: "O fato de ele ter ressuscitado no domingo não torna esse dia sagrado."
Essa frase resume a pobreza teológica do argumento. Para Borges, a santidade é jurídica (Deus mandou, eu faço). Para Leão XIV, a santidade é cristológica (Cristo ressuscitou, logo o dia é santo). O Papa não precisa de "sutileza" para defender o domingo; a Ressurreição é o argumento supremo.
3. O "Grande Silêncio" vs. A Grande Conspiração
A Reflexão do Papa:
Leão XIV fala do "tempo suspenso", do "aprender a parar", do "não ter pressa em ressuscitar". É uma crítica à sociedade da produtividade e um convite à confiança.
"O Sábado Santo convida-nos a descobrir que a vida nem sempre depende daquilo que fazemos, mas também do modo como sabemos desapegar-nos."
A Reação de Borges:
Em vez de aproveitar essa lição espiritual sobre o descanso (que deveria ser cara aos sabatistas!), Borges a ignora para focar na política eclesiástica. Ele não consegue ouvir o Papa falar de "descanso" sem pensar na "Marca da Besta".
Borges transforma uma mensagem de consolo (para quem vive "momentos estéreis") em uma arma de guerra. Ele alerta contra a "sutileza" de um texto que, na verdade, é um convite à oração e à paciência.
4. O Fator "Leão XIV" e a Paranóia de 2025
Por que tanto barulho por uma homilia padrão de Sábado Santo? Porque o Papa é Leão XIV (no cenário de 2025).
A Besta da Terra: Como Papa americano, Leão XIV personifica a união profética que os adventistas esperam há 180 anos.
A Validação pelo Medo: Borges precisa que Leão XIV seja o vilão. Mesmo quando o Papa faz uma homilia biblicamente sólida (conectando Gênesis e Cruz), Borges precisa encontrar um "erro" ou uma "agenda oculta".
O Resultado: Borges diz: "Não caiamos, não embarquemos assim tão precipitadamente... o Papa não está defendendo o sábado." Ele teme que os adventistas achem o Papa "muito bíblico" e percam o medo da Besta. Por isso, ele precisa traduzir: "Cuidado, é bonito mas é veneno".
5. A Fonte do Ódio: Ellen White e o "Sinal da Besta"
A insistência de Borges em demonizar a homilia do Papa Leão XIV não é uma análise independente; é obediência cega à escatologia de Ellen White. Em O Grande Conflito, a profetisa do adventismo não deixa margem para nuances teológicas: para ela, qualquer honra dada ao domingo, mesmo que baseada na Ressurreição, é uma homenagem direta a Satanás. Ela escreveu explicitamente: "O sinal da besta é o domingo... A observância do domingo é uma homenagem a Roma" (Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 232) e que o papado é "o homem do pecado" que mudou a lei de Deus (O Grande Conflito, p. 446). Quando Borges ouve Leão XIV falar de "nova criação" e "oitavo dia", ele não ouve teologia cristã; ele ouve o cumprimento da profecia de White de que "Roma não muda" e que seu objetivo final é impor "a marca da besta" sobre o mundo. Borges não está debatendo exegese; ele está reencenando o roteiro de terror vitoriano escrito por White em 1888.
6. Ellen White Acima da Bíblia: A Lente Conspiratória
A análise de Borges revela a hierarquia real da autoridade adventista: a Bíblia é submetida ao filtro de Ellen White. Embora a Bíblia chame o domingo de "Dia do Senhor" (Ap 1:10, na tradição patrística) e a ressurreição de pedra angular da fé (1 Co 15), Borges rejeita qualquer sacralidade no domingo porque Ellen White disse que ele é "filho do papado". Se Borges seguisse apenas a Bíblia, veria na homilia do Papa uma bela reflexão sobre o repouso de Hebreus 4. Mas, como ele lê a Bíblia através dos óculos de White, ele precisa transformar o Papa Leão XIV em um agente do mal. Isso confirma a crítica de que, no adventismo militante, Ellen White está funcionalmente acima da Bíblia: a Escritura pode ser interpretada de várias formas, mas a condenação de White ao Papa é absoluta, e é essa condenação que guia a hermenêutica de Borges, transformando cada palavra vinda do Vaticano em uma ameaça existencial.
A Sutileza Está em Michelson Borges, Não no Papa
O Papa Leão XIV, em sua catequese para o Jubileu de 2025, exaltou o Sábado como o dia do "descanso repleto da presença do Senhor" e o "selo da obra realizada". Ele fez uma teologia bíblica do repouso.
Michelson Borges, incapaz de aceitar que um Papa possa falar a verdade bíblica, torce o texto para dizer que ele está atacando o sábado.
A verdadeira "sutileza" não está na homilia papal, mas na exegese de Borges, que consegue ler um texto sobre a morte de Cristo e ver nele apenas um ataque à sua denominação. O Papa pregou Jesus Cristo, Nossa Esperança; Borges pregou O Papa, Nosso Inimigo.
Verificação de Fontes:
Texto Base: Homilia atribuída a Papa Leão XIV, Ciclo de Catequese – Jubileu 2025. III. A Páscoa de Jesus. 7. A morte.
Citações Bíblicas do Papa: Gênesis 2:2 (Descanso da Criação), João 19:41 (Sepulcro Novo), Êxodo 20:13 (Não matarás - Apelo final).
Concordância: A teologia do "Sábado como ventre" e "silêncio de Deus" é consistente com a tradição de Ratzinger (Bento XVI) e Bergoglio (Francisco), mostrando que Leão XIV (mesmo no cenário de 2025) segue a ortodoxia católica, não uma nova "agenda secreta".
Referências Bibliográficas
(). Jesus Cristo, Nossa Esperança. .
(). Gênesis 2. Bíblia.
WHITE, Ellen (). O Grande Conflito. .
WHITE, Ellen (). Testemunhos Seletos. .
(). Ap 1:10. Bíblia.
(). 1 Co 15. Bíblia.
(). Gênesis 2:2. Bíblia.
(). João 19:41. Bíblia.
(). Êxodo 20:13. Bíblia.