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    Papa e o Sábado: Michelson Borges e a Conspiração Adventista
    Michelson Borges

    Papa e o Sábado: Michelson Borges e a Conspiração Adventista

    Descubra a verdade sobre o Papa e o sábado analisando criticamente a abordagem adventista de Michelson Borges sob uma perspectiva bíblica e histórica esclarecedora

    28 de dezembro de 20257 min min de leituraPor Rodrigo Custódio

    Em sua análise sobre a homilia do Papa Leão XIV (um pontífice central nas narrativas escatológicas de 2025) acerca do "Sábado Santo", Michelson Borges utiliza uma estratégia de desinformação teológica. Ele acusa o Papa de "sutileza" para substituir o sábado bíblico pelo domingo, alegando que o pontífice reconhece a validade do sábado apenas para descartá-lo como "velha criação". No entanto, a leitura integral da homilia Jesus Cristo, Nossa Esperança: A Morte revela que o Papa não está discutindo a guarda semanal do sábado (Shabat) versus Domingo, mas sim o significado cristológico do Sábado Santo (o dia entre a Cruz e a Ressurreição). O Papa utiliza a analogia do Gênesis não para abolir a lei, mas para mostrar que o repouso de Jesus no túmulo é o cumprimento perfeito do Shabat judaico. Borges distorce uma reflexão sobre a morte redentora para alimentar sua agenda de conspiração contra um "Papa americano", transformando uma catequese de esperança em munição para a guerra do "Selo de Deus".


    1. O Contexto Real: O Que Leão XIV Realmente Disse

    A Homilia: Jesus Cristo, Nossa Esperança. III. A Páscoa de Jesus. 7. A morte.
    O Foco: O texto é uma meditação sobre o Sábado Santo (Vigília Pascal), não sobre o mandamento do decálogo.
    O Argumento Papal:

    1. O Repouso da Criação e da Redenção: O Papa conecta explicitamente o Gênesis 2 ("Deus descansou no sétimo dia") com o repouso de Jesus no túmulo.

      "Agora também o Filho, depois de ter completado a sua obra de salvação, descansa... Este descanso é o selo da obra realizada."

    2. A Continuidade, Não a Ruptura: Longe de chamar o sábado de "velha criação" descartável, o Papa o chama de "ventre de ressurreição" e "plenitude contida". Ele valoriza o sábado como o limiar necessário para a nova vida.

      "Aquele sepulcro nunca usado fala de algo que ainda deve ocorrer: é um limiar, não um fim."

    A Distorção de Borges:
    Borges afirma: "Quando o papa fala do sábado... ele está falando do dia em que Jesus descansou no sepulcro... a velha criação é o sábado, mas na nova criação seria então o domingo... A sutileza está aí."

    Borges tenta convencer seu público de que o Papa está desvalorizando o sábado. Na verdade, o Papa está sacramentalizando o sábado. Para Leão XIV, o sábado não foi abolido; foi preenchido ("repleto da presença oculta do Senhor"). A "nova criação" não apaga o sábado; ela nasce dele ("o sábado da sepultura torna-se o ventre").

    2. A "Nova Criação" e o Ódio ao Domingo

    O Ponto de Contenda:
    Borges se incomoda profundamente com a frase: "No início da criação, Deus plantou um jardim; agora, também a nova criação tem início num jardim."
    Para o adventista, "nova criação" é um código secreto para "Domingo/Lei Dominical".
    Para o cristão histórico (e para o Papa), "nova criação" é a realidade ontológica inaugurada pela Ressurreição.

    • A Teologia Católica: O Domingo é celebrado não por decreto imperial, mas porque é o dia em que a Nova Criação irrompeu na história. O Sábado (sétimo dia) celebra a criação terminada; o Domingo (oitavo dia) celebra a vida eterna iniciada.

    • A Cegueira Voluntária: Borges diz: "O fato de ele ter ressuscitado no domingo não torna esse dia sagrado."
      Essa frase resume a pobreza teológica do argumento. Para Borges, a santidade é jurídica (Deus mandou, eu faço). Para Leão XIV, a santidade é cristológica (Cristo ressuscitou, logo o dia é santo). O Papa não precisa de "sutileza" para defender o domingo; a Ressurreição é o argumento supremo.

    3. O "Grande Silêncio" vs. A Grande Conspiração

    A Reflexão do Papa:
    Leão XIV fala do "tempo suspenso", do "aprender a parar", do "não ter pressa em ressuscitar". É uma crítica à sociedade da produtividade e um convite à confiança.

    "O Sábado Santo convida-nos a descobrir que a vida nem sempre depende daquilo que fazemos, mas também do modo como sabemos desapegar-nos."

    A Reação de Borges:
    Em vez de aproveitar essa lição espiritual sobre o descanso (que deveria ser cara aos sabatistas!), Borges a ignora para focar na política eclesiástica. Ele não consegue ouvir o Papa falar de "descanso" sem pensar na "Marca da Besta".
    Borges transforma uma mensagem de consolo (para quem vive "momentos estéreis") em uma arma de guerra. Ele alerta contra a "sutileza" de um texto que, na verdade, é um convite à oração e à paciência.

    4. O Fator "Leão XIV" e a Paranóia de 2025

    Por que tanto barulho por uma homilia padrão de Sábado Santo? Porque o Papa é Leão XIV (no cenário de 2025).

    • A Besta da Terra: Como Papa americano, Leão XIV personifica a união profética que os adventistas esperam há 180 anos.

    • A Validação pelo Medo: Borges precisa que Leão XIV seja o vilão. Mesmo quando o Papa faz uma homilia biblicamente sólida (conectando Gênesis e Cruz), Borges precisa encontrar um "erro" ou uma "agenda oculta".

    • O Resultado: Borges diz: "Não caiamos, não embarquemos assim tão precipitadamente... o Papa não está defendendo o sábado." Ele teme que os adventistas achem o Papa "muito bíblico" e percam o medo da Besta. Por isso, ele precisa traduzir: "Cuidado, é bonito mas é veneno".

    5. A Fonte do Ódio: Ellen White e o "Sinal da Besta"

    A insistência de Borges em demonizar a homilia do Papa Leão XIV não é uma análise independente; é obediência cega à escatologia de Ellen White. Em O Grande Conflito, a profetisa do adventismo não deixa margem para nuances teológicas: para ela, qualquer honra dada ao domingo, mesmo que baseada na Ressurreição, é uma homenagem direta a Satanás. Ela escreveu explicitamente: "O sinal da besta é o domingo... A observância do domingo é uma homenagem a Roma" (Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 232) e que o papado é "o homem do pecado" que mudou a lei de Deus (O Grande Conflito, p. 446). Quando Borges ouve Leão XIV falar de "nova criação" e "oitavo dia", ele não ouve teologia cristã; ele ouve o cumprimento da profecia de White de que "Roma não muda" e que seu objetivo final é impor "a marca da besta" sobre o mundo. Borges não está debatendo exegese; ele está reencenando o roteiro de terror vitoriano escrito por White em 1888.

    6. Ellen White Acima da Bíblia: A Lente Conspiratória

    A análise de Borges revela a hierarquia real da autoridade adventista: a Bíblia é submetida ao filtro de Ellen White. Embora a Bíblia chame o domingo de "Dia do Senhor" (Ap 1:10, na tradição patrística) e a ressurreição de pedra angular da fé (1 Co 15), Borges rejeita qualquer sacralidade no domingo porque Ellen White disse que ele é "filho do papado". Se Borges seguisse apenas a Bíblia, veria na homilia do Papa uma bela reflexão sobre o repouso de Hebreus 4. Mas, como ele lê a Bíblia através dos óculos de White, ele precisa transformar o Papa Leão XIV em um agente do mal. Isso confirma a crítica de que, no adventismo militante, Ellen White está funcionalmente acima da Bíblia: a Escritura pode ser interpretada de várias formas, mas a condenação de White ao Papa é absoluta, e é essa condenação que guia a hermenêutica de Borges, transformando cada palavra vinda do Vaticano em uma ameaça existencial.

    A Sutileza Está em Michelson Borges, Não no Papa

    O Papa Leão XIV, em sua catequese para o Jubileu de 2025, exaltou o Sábado como o dia do "descanso repleto da presença do Senhor" e o "selo da obra realizada". Ele fez uma teologia bíblica do repouso.

    Michelson Borges, incapaz de aceitar que um Papa possa falar a verdade bíblica, torce o texto para dizer que ele está atacando o sábado.
    A verdadeira "sutileza" não está na homilia papal, mas na exegese de Borges, que consegue ler um texto sobre a morte de Cristo e ver nele apenas um ataque à sua denominação. O Papa pregou Jesus Cristo, Nossa Esperança; Borges pregou O Papa, Nosso Inimigo.


    Verificação de Fontes:

    • Texto Base: Homilia atribuída a Papa Leão XIV, Ciclo de Catequese – Jubileu 2025. III. A Páscoa de Jesus. 7. A morte.

    • Citações Bíblicas do Papa: Gênesis 2:2 (Descanso da Criação), João 19:41 (Sepulcro Novo), Êxodo 20:13 (Não matarás - Apelo final).

    • Concordância: A teologia do "Sábado como ventre" e "silêncio de Deus" é consistente com a tradição de Ratzinger (Bento XVI) e Bergoglio (Francisco), mostrando que Leão XIV (mesmo no cenário de 2025) segue a ortodoxia católica, não uma nova "agenda secreta".

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    Referências Bibliográficas

    [1]

    (). Jesus Cristo, Nossa Esperança. .

    [2]

    (). Gênesis 2. Bíblia.

    [3]

    WHITE, Ellen (). O Grande Conflito. .

    [4]

    WHITE, Ellen (). Testemunhos Seletos. .

    [5]

    (). Ap 1:10. Bíblia.

    [6]

    (). 1 Co 15. Bíblia.

    [7]

    (). Gênesis 2:2. Bíblia.

    [8]

    (). João 19:41. Bíblia.

    [9]

    (). Êxodo 20:13. Bíblia.