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    Leandro Quadros

    Os Perigos de Ellen White - Refutando Leandro Quadros

    Refutando Leandro Quadros apresenta uma análise crítica sobre Ellen White e adventismo sob a luz bíblica. Descubra inconsistências e veja respostas claras.

    24 de dezembro de 20251h 41minPor Rodrigo Custódio

    Introdução

    A influência de Ellen White como “luz menor” para a compreensão da Bíblia, frequentemente defendida por líderes adventistas como Leandro Quadros, é uma das marcas distintivas da teologia adventista do sétimo dia. O argumento de que os escritos de Ellen White funcionam apenas como um “telescópio” que auxilia e não adiciona novas verdades ao texto bíblico é reiteradamente apresentado ao público, sobretudo em programas populares voltados para o adventismo. Neste artigo, propomos uma análise crítica dessa retórica, confrontando-a com as evidências históricas, teológicas e exegéticas, bem como com a cosmovisão bíblica que sustenta a sola Scriptura. Examinaremos: 1) O argumento do telescópio e suas implicações, 2) A comparação entre o uso dos escritos de Ellen White e a literatura acadêmica cristã, 3) As evidências de adição, contradição e autoridade profética reivindicada por Ellen White, 4) A abordagem bíblica para o estudo das Escrituras. Ao final, buscamos oferecer uma resposta bíblica e evangélica coerente para aqueles que têm dúvidas sinceras acerca da autoridade e do papel dos escritos de Ellen White no adventismo.

    1. O Argumento Adventista do “Telescópio”: Ellen White como Luz Menor

    A defesa mais recorrente dos teólogos adventistas, como Leandro Quadros, é a afirmação de que Ellen White não acrescenta nada à Bíblia, funcionando apenas como um “telescópio”, facilitando a visualização de verdades já presentes nas Escrituras. Essa ilustração é didaticamente eficiente para o público leigo, mas esconde questões teológicas profundas e graves problemas.

    1.1 Origem da Metáfora e sua Utilização

    • O telescópio não cria estrelas, apenas permite vê-las melhor.

    • Ellen White, segundo seus defensores, não cria doutrinas, apenas evidencia as que supostamente já estão nas Escrituras.

    Todavia, o pressuposto falho aqui é considerar que os escritos whiteanos realmente não entregam novos dados, interpretações ou comandos divinos ausentes do texto canônico.

    1.2 Implicações Inconsistentes

    • Se a Bíblia é clara e autossuficiente, como pressupõem os princípios reformados (2Tm 3.16-17), por que seria necessário um “telescópio profético” pós-apostólico?

    • A necessidade de um intérprete inspirado coloca em xeque a suficiência e clareza da Bíblia—a perspicuidade das Escrituras.

    • O argumento do telescópio serve, na prática, para derivar autoridade profética contínua para Ellen White, o que suplementa (e, muitas vezes, suplanta) o texto bíblico.

    “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a instrução na justiça” (2Tm 3.16, ARA).

    A própria base do princípio protestante da Sola Scriptura está, portanto, em conflito com tal ênfase adventista em Ellen White, pois não admite autoridades paralelas ou suplementares à Palavra escrita de Deus.

    2. Ellen White e Literatura Teológica: Diferença entre Autoridade Profética e Auxílio Acadêmico

    Leandro Quadros compara o uso de Ellen White à utilização de comentários, dicionários ou enciclopédias bíblicas, argumentando que não haveria problema em utilizar recursos humanos para entendimento das Escrituras. Aparentemente, essa analogia coloca a profetisa do adventismo no mesmo patamar de qualquer teólogo ou comentarista protestante. Contudo, essa aproximação não resiste à análise honesta.

    2.1 Divergências Fundamentais

    • Autoridade Profética: Comentários bíblicos não reivindicam revelação direta e infalível do Espírito Santo, mas sim reflexão humana limitada. Ellen White, porém, explicitamente declara que seus escritos foram dados “sob instrução do Espírito Santo” e que têm autoridade profética inalterável.

    • Função no Adventismo: Comentários são referenciais—instrumentais, não normativos. Para o adventista, Ellen White ocupa papel normativo: seu corpo literário funciona como guia oficial de fé e conduta.

    • Acesso e crítica: Comentários teológicos estão sujeitos ao escrutínio, crítica e rejeição conforme análise bíblica. Os escritos de Ellen White, na prática comunitária adventista, são considerados “la garantía soy yo”—inquestionáveis.

    2.2 Consequências Práticas

    1. Adventistas são formados para se submeter aos Testemunhos e outras obras whiteanas em seus cultos, reuniões e processos disciplinares.

    2. Negação da autoridade, questionamento ou rejeição dos escritos de Ellen White frequentemente resulta em censura ou até exclusão da comunidade adventista.

    3. A assimetria de autoridade é flagrante: nenhuma denominação protestante clássica coloca Calvino, Lutero, Wesley ou mesmo Agostinho como bússola infalível ao lado da Bíblia.

    Assim, o argumento de Quadros é, na essência, um equívoco de categoria, pois iguala auxílio exegético humano não inspirado com o que, para o adventismo, é revelação “pré-canonizada” e “autoridade paralela”.

    3. Evidências de Adições e Contradições: Ellen White, Plágio e Ensino Extra-Bíblico

    Embora defendam que Ellen White “não acrescenta nada de novo”, as evidências históricas e literárias apontam para o oposto. Os escritos da profetisa adventista expandem, contradizem e até mesmo inovam doutrinariamente onde a Bíblia é silenciosa ou apresenta ensino distinto.

    3.1 Adições à Revelação Canônica

    • A descrição detalhada da guerra no céu e da queda de Lúcifer, com cenas e personagens não encontrados em nenhum livro bíblico.

    • Ensinos sobre salvação dos escravos, vegetarianismo de Daniel e interpretações sobre o sábado inexistentes nas Escrituras originais.

    • Visões de viagens temporais: Ellen White afirma ter presenciado o Éden, eventos celestiais e reuniões demoníacas—invenções não apenas extra-bíblicas, mas fantasiosas à luz da crítica histórica.

    • Definição de “pecado imperdoável” atrelado ao tabagismo, consumo de carne ou práticas alimentares—ausentes da teologia paulina e dos evangelhos.

    “Eu sou grata porque as instruções contidas em meus livros estabelecem a verdade presente para este tempo. Esses livros foram escritos sob a instrução do Espírito Santo.” (Carta 62, 1905)

    3.2 Contradição com a Perspectiva Bíblica

    • Afirmações sobre o juízo investigativo, doutrina peculiar ao adventismo, sem qualquer base nas cartas apostólicas ou livros proféticos do Antigo Testamento.

    • Predições falhas: Ellen White anuncia que alguns de seus contemporâneos veriam o retorno de Cristo em vida—o que não se cumpriu.

    • Interpretação alegórica de textos do Antigo e Novo Testamento sem amparo exegético, gerando doutrinas privadas em detrimento da tradição da igreja universal.

    Essas revelações redundam em um novo “corpo doutrinário” que, por definição, fere o princípio da revelação finalizada nas Escrituras (Ap 22.18-19; Judas 3).

    3.3 O Problema do Plágio

    A extensa dependência de Ellen White de outros autores do século XIX, frequentemente sem citação ou reconhecimento, desqualifica qualquer pretensão de originalidade profética. Diversos estudos comprovaram o uso indiscriminado e não referenciado de fontes protestantes, teosóficas e até literários não-cristãos.

    • A apropriação da metáfora do telescópio, do conceito de “grande conflito”, de detalhes da vida de Jesus, tudo retirado de autores anteriores.

    • A ausência de qualquer reconhecimento nos seus escritos fortalece a denúncia de que suas “revelações” são, em grande parte, produto de plágio literário, não de ação do Espírito Santo.

    4. Autoridade Bíblica: A Suficiência das Escrituras e a Resposta à Reivindicação Adventista

    A pergunta fundamental permanece: do ponto de vista bíblico, precisamos de uma “luz menor” para compreender a luz maior? O ensino apostólico e a experiência histórica da igreja oferecem resposta clara e inequívoca.

    4.1 Princípios Bíblicos para o Estudo da Palavra

    1. Estudo diligente e regular: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres...pois examinavam cada dia nas Escrituras se as coisas eram assim” (At 17.11). O povo de Deus é encorajado a buscar as evidências bíblicas, não a se amparar em revelações pós-apostólicas.

    2. Oração por sabedoria: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Tg 1.5). O Espírito Santo é apresentado como o verdadeiro professor (Jo 16.13).

    3. Comunidade e ensino apostólico: A igreja perseverava “na doutrina dos apóstolos” (At 2.42); nenhuma menção a profetas pós-canon.

    4. Aplicação prática: “Sede praticantes da palavra, e não apenas ouvintes...” (Tg 1.22). Não há qualquer instrução para recorrer a escritos extra-canônicos para compreensão e obediência à vontade de Deus.

    5. Auxílio do Espírito Santo: “O Espírito de verdade, ele vos guiará em toda verdade...” (Jo 16.13). O papel magisterial é atribuído ao Espírito Santo, não a figuras posteriores.

    4.2 Testando Novas “Luzes” sob o Crivo Bíblico

    • O Novo Testamento não jamais ensina que profetas posteriores seriam necessários para o entendimento da revelação escrita.

    • A igreja cristã universal reconhece o cânon fechado—nenhuma revelação adicional é necessária ou aceitável (cf. Ap 22.18-19).

    • Qualquer pretensão de autoridade normativa após Cristo e os apóstolos é, por si só, motivo de suspeição e rejeição (Gl 1.6-9).

    Portanto, recorrer a Ellen White ou outros “profetas modernos”, ao invés de conduzir o cristão à sã doutrina, o coloca sobre terreno perigoso de dependência humana, confusão teológica e risco de shipwreck espiritual.

    5. Confrontando a Afirmação Adventista de Julgamento pelo “Espírito de Profecia”

    Apesar da afirmação pública de Leandro Quadros de que Ellen White não teria declarado que seus escritos seriam critério de julgamento, as próprias palavras da profetisa desmentem tal retórica.

    5.1 Doutrina do Juízo pelo Corpo Literário

    • Citações claras de Ellen White afirmam que a “luz” dada por Deus por meio de seus livros irá condenar “aqueles que escolheram não aceitá-la e obedecê-la”.

    • O testemunho adventista é, nesse ponto, ambíguo: publicamente negam que se é julgado pelos escritos de Ellen White; na prática, aceitam que esses escritos são necessários à fidelidade remanescente e critério de salvação.

    “A luz que Deus deu pode ser tratada com indiferença e incredulidade, mas essa luz irá condenar todos aqueles que escolheram não aceitá-la e obedecê-la.” (Ellen White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 318)

    A “luz menor”, portanto, materializa-se como uma “nova lei” adventista. Essa característica aproxima o adventismo do mormonismo e de outras seitas restauracionistas, em que o “profeta” ocupa papel de mediador hermenêutico e normativo.

    Conclusão

    Ao analisarmos criticamente a retórica de Leandro Quadros e dos teólogos adventistas acerca do papel de Ellen White como “telescópio” ou luz menor, identificamos profundas incoerências teológicas e práticas concernentes à suficiência, clareza e autoridade das Escrituras. Longe de funcionar como mero auxílio, o corpo literário whiteano adiciona, contradiz e condiciona a compreensão bíblica à aceitação de visões particulares, estabelecendo uma autoridade paralela jamais autorizada pelo cânon neotestamentário.

    A sola Scriptura permanece o baluarte da fé evangélica e reformada: as Escrituras Sagradas são suficientes, claras e completas para a salvação, doutrina, vida e culto cristão. Qualquer pretensão de revelação adicional ou de autoridade normativa extrabíblica deve, à luz do ensino apostólico, ser rejeitada com firmeza (Gl 1.8; 2Tm 3.16-17). Não precisamos de “luzes menores”, mas do Espírito Santo, que ilumina o entendimento dos sinceros que buscam ao Senhor em oração, comunhão e diligente exame da Palavra.

    Assim, àqueles que questionam o adventismo ou buscam respostas bíblicas, o chamado permanece: voltem-se ao Evangelho puro, examinem as Escrituras, rejeitem toda autoridade humana que produza novo jugo ou suplemento ao que o Senhor revelou de uma vez por todas aos santos (Judas 3). Que Cristo, o Verbo encarnado, seja o único centro da fé, esperança e prática do povo de Deus.

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