Refutando Pastores Adventistas - Parte 1
Refute falsas afirmações de pastores adventistas sobre Ellen White e datas da volta de Jesus com análise bíblica rigorosa. Leia e descubra a verdade!
Introdução
O debate acerca do marcação de datas para a volta de Jesus pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e, especialmente, por Ellen White, permanece como um dos pontos mais controversos entre críticos evangélicos e defensores adventistas. Frequentemente, apologistas adventistas – incluindo figuras notórias – insistem que, "tecnicamente", a organização oficial da igreja só surgiu em 1863, e que nem a denominação nem Ellen White fixaram datas para o retorno de Cristo. Este artigo propõe uma análise crítica, baseada em fontes primárias e secundárias, sobre a problemática das profecias temporais de Ellen White e a responsabilidade institucional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, confrontando tais alegações com documentos históricos e o exame bíblico. Abordaremos: (1) o contexto doutrinário sobre a marcação de datas no adventismo primitivo; (2) as evidências históricas de declarações temporais de Ellen White; (3) a tentativa adventista de dissociação institucional do millerismo; (4) a análise bíblica do fenômeno de falsas profecias; e (5) o impacto prático e espiritual dessas falhas para os membros e para a apologética cristã.
1. Marcação de Datas no Adventismo Primitivo: Realidade ou Equívoco?
A discussão sobre se a Igreja Adventista do Sétimo Dia marcou datas para a volta de Jesus é marcada por argumentos técnicos que buscam dissociar a denominação de seus precursores milleritas. Apologistas frequentemente alegam, “Não havia igreja organizada antes de 1863”, sugerindo que os erros do millerismo não são responsabilidade adventista. Entretanto, essa distinção mostra-se artificial diante da continuidade doutrinária e do papel de Ellen White neste período formativo.
O Millerismo, movimento precursor do adventismo, foi explicitamente marcado pela expectativa de datas para o retorno de Cristo (especialmente 21 de março e 22 de outubro de 1844).
"Pois, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:27).
Jesus advertiu contra a busca por datas específicas para sua segunda vinda, tornando a marcação de datas uma violação direta da ordem bíblica.
Além disso, a autoridade profética de Ellen White é considerada fundamental pelos adventistas desde dezembro de 1844 — antes da organização institucional. Segundo a própria Crença Fundamental 18 da IASD, tudo que foi escrito por ela emana suposta inspiração divina. Assim, suas afirmações e visões formam a base do adventismo, independentemente do “CNPJ” ser posterior.
Responsabilidade Continuada: Os fundadores da Igreja Adventista, incluindo Ellen e Tiago White, sempre reivindicaram continuidade teológica com o remanescente Millerita.
Autoridade Profética Pré-Institucional: Textos e visões de Ellen White anteriores a 1863 são oficialmente aceitos pela instituição.
Portanto, a tentativa de isentar a instituição das profecias temporais de Ellen White ou do movimento millerita carece de base histórica e teológica, revelando uma inconsistência apologética séria.
2. Ellen White e a Marcação de Datas: Análise Documental
A análise dos escritos e testemunhos relacionados a Ellen White refuta categoricamente a ideia de que ela não marcou ou sugeriu datas para eventos escatológicos. A base documental é vasta e revela que, mesmo após 1844, White frequentemente fazia afirmações temporais sobre a vinda de Cristo e eventos apocalípticos correlatos.
2.1 Declaração Profética: “O Dia e a Hora”
Em várias visões registradas (Early Writings, pp. 14–15), White afirma:
“Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, que nos deu o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, 144 mil em número, conheceram e compreenderam a voz, enquanto os ímpios a tomaram por trovão e terremoto.”
Tal declaração implica que Ellen White reivindica conhecimento sobrenatural da data e hora da volta de Cristo, em contraste direto com a ordem de Jesus em Mateus 24:36.
2.2 Testemunho Ocular: Lucinda Burdick
Testemunhas históricas, como Lucinda Burdick, relataram ter ouvido de Ellen White previsões específicas para o retorno de Cristo em 1845 (“Examinations of Mrs. Ellen White’s Vision”, 1877). Após tais datas falharem, White ajustou seus pronunciamentos, alegando, por vezes, linguagem ininteligível ou interpretações espirituais.
Além disso, múltiplos relatos originais de Ellen White, entre 1849 e 1856, estabelecem explícitas referências de tempo, incluindo:
Tempo de angústia já começado (1849);
Volta de Cristo não estava a “alguns anos de distância”—repreendendo os que duvidavam de um retorno iminente;
Selamento dos santos e sacudidura como realidades presentes em 1850;
Previsões de sobreviventes contemporâneos presenciarem a volta de Jesus.
A análise textual mostra uma persistente marcação de períodos curtos para a volta de Jesus, o que, biblicamente, configura profecia falha (Deuteronômio 18:20-22). A tentativa adventista de afirmar que só caracterizaria erro se a “data exata” fosse dada ignora a natureza da advertência escriturística.
3. Apologética Adventista e a Dissociação do Millerismo: Um Equívoco Histórico
Apologistas frequentemente afirmam que os “erros milleritas” não podem ser imputados à Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois esta só foi oficialmente fundada em 1863. Essa estratégia doutrinária busca separar o “CNPJ” de 1863 do fervor apocalíptico anterior. Tal linha argumentativa, porém, esbarra na doutrina da autoridade profética contínua de Ellen White desde 1844.
Continuidade Doutrinária: Os principais conceitos escatológicos e hermenêuticos da Igreja Adventista derivam do millerismo, incluindo a obsessão com datas, selamento e fechamento da porta da graça.
Fundação baseada em visões: O tripé fundador (Tiago White, Ellen White, Joseph Bates) oficializou em 1863 o que reconhecidamente já era um sistema de crenças praticado, inclusive no que tange às profecias e expectativas temporais.
Implicação institucional: Se tudo o que Ellen White escreveu desde 1844 é dotado de autoridade profética, seu legado é indelevelmente ligado à história pre-institucional adventista.
Ao tentar desvincular-se do millerismo, a Igreja adventista incorre em uma autocontradição institucional, pois reivindica para si o direito de manter o status singular de remanescente profético, enquanto recusa as responsabilidades de seus eufóricos erros escatológicos históricos. Essa manobra descontínua fere, inclusive, o princípio da honestidade intelectual.
4. Falsas Profecias, Princípios Bíblicos e a Imutabilidade da Palavra de Deus
O problema da marcação de datas para eventos proféticos está diretamente ligado ao conceito bíblico de falsidade profética. A Escritura é inequívoca ao condenar proclamadores de mensagens e datas supostamente recebidas de Deus que não se cumprem. Observe:
“Porém o profeta que presumir soberbamente de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. […] Se tal coisa não acontecer, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.” (Deuteronômio 18:20,22)
A acusação crítica central aqui é:
Ellen White afirmou repetidas vezes a iminência da volta de Jesus em um horizonte temporal restrito (“em poucos meses”, “mais alguns dias”, “enquanto este grupo estiver vivo”), visões de selamento e pragas “em andamento”, o que jamais se cumpriu.
Quando confrontada com o fracasso de tais previsões, substituiu o literal pelo simbólico ou lançou mão de condicionais não estabelecidos no texto original, desconsiderando o princípio profético bíblico.
Ao comparar com exemplos bíblicos – como Jonas, cuja profecia era explicitamente condicional (Jonas 3:4,10) – percebe-se que as supostas condicionais nas declarações de Ellen White inexistem em seu próprio contexto textual. Mais grave ainda, ela chega a atrelar o cumprimento de suas palavras ao caráter e trono de Deus (“Se houver algum atraso, o caráter de Deus e seu trono serão comprometidos” – Review and Herald, 1892), algo radicalmente oposto à humildade dos profetas bíblicos e à soberania de Deus.
5. Impacto Prático, Espiritual e Apologético: Desmascarando a Inconsistência Adventista
A cultura adventista de temor apocalíptico e controle psicológico se alimenta dessas expectativas criadas e não cumpridas. Membros bem-intencionados são continuamente encorajados a crer que “algo grande está para acontecer em breve”, numa repetição indefinida de crises escatológicas.
As falhas proféticas de Ellen White e a tentativa institucional de negar responsabilidade pela marcação de datas têm consequências devastadoras:
Credibilidade Doutrinária: A fé dos membros é minada quando confrontada com evidências históricas e contradições internas, levando à desilusão e abandono da fé.
Estratégias de Negação: Pastores e apologistas recorrem a subterfúgios técnicos sobre datas, adiam admitindo implicitamente que a tradição eclesiástica sobrevive de manipulação de expectativas e ocultação de sua própria história.
Impacto Evangélico: A mensagem do evangelho bíblico é substituída por temor escatológico e ficção profética, relegando a suficiência de Cristo e da Palavra de Deus a um papel secundário.
O resultado é um modelo de religiosidade que escraviza pelo medo e pela manipulação do tempo, ao invés de libertar pela verdade de Jesus. Isso se distancia radicalmente do chamado apostólico bíblico:
"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:17)
Conclusão
Ao longo desta análise crítica, reunimos fartas evidências documentais e bíblicas demonstrando que a marcação de datas para a volta de Jesus por Ellen White e pelo movimento adventista inicial é um fato histórico incontornável, que não pode ser legitimamente dissociado do adventismo institucional. A tentativa apologética de recorrer a tecnicalidades institucionais (“CNPJ de 1863”) ou condicionalidades não presentes nos textos revela apenas uma inconsistência doutrinária e desonestidade intelectual profunda.
As profecias falhas de Ellen White, longe de serem meros equívocos inocentes, atingem o núcleo da autoridade bíblica e da confiabilidade pastoral. Diante da advertência de Jesus sobre falsos profetas (Mateus 24:24) e do critério rigoroso fixado em Deuteronômio 18:22, o adventismo precisa ser avaliado como qualquer outro movimento religioso: à luz das Sagradas Escrituras, e não de tecnicalidades organizacionais.
Aplicação prática: A confiança do cristão deve repousar exclusiva e definitivamente na Palavra de Deus, firmada em Cristo e não em datas, visões ou expectativas humanas auto-centradas. “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” (Mateus 24:36). O adventista sincero precisa libertar-se da manipulação profética e fundamentar sua esperança exclusivamente no evangelho de Cristo, único capaz de garantir vida eterna – independentemente de falsas previsões ou agendas apocalípticas institucionais.