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    Presidente da Associação do Texas faz análise e dá um recado aos críticos da igreja!
    Eleazar Domini

    Presidente da Associação do Texas faz análise e dá um recado aos críticos da igreja!

    Veja uma análise crítica da eleição de Erton Köhler e da estrutura de poder na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Questione a democracia real da denominação

    27 de dezembro de 20255 min min de leituraPor Rodrigo Custódio

    Eleazar Domini entrevista o Pr. Elton, presidente da Associação Texas, Elton de Moraes sobre os bastidores da Assembleia Geral da Igreja Adventista em St. Louis (2025). O tema central é a eleição "surpresa" do brasileiro Erton Köhler para a presidência mundial da denominação, substituindo o veterano Ted Wilson. Domini e seu convidado celebram a eleição como um milagre do Espírito Santo, refutando acusações de "cartas marcadas" e exaltando a "democracia" representativa da igreja. Contudo, este artigo expõe as engrenagens ocultas desse sistema: uma "democracia" controlada onde a elite clerical (90% dos delegados são funcionários da igreja) decide o futuro de uma corporação multibilionária. A "surpresa" de Köhler não é um ato do Espírito, mas uma manobra política para suavizar a imagem da igreja sem alterar sua substância teológica autoritária.


    1. Introdução: O Triunfo da Política Eclesiástica

    O vídeo de Eleazar Domini começa com uma negação preventiva: "Irmãos queridos, esse negócio de carta marcada já tava tudo certo... como é que você vai convencer 277 delegados?" A necessidade de abrir o vídeo defendendo a integridade do processo eleitoral revela a suspeita que paira sobre a liderança adventista.

    O pastor Elton, convidado direto do Texas, narra a eleição de Erton Köhler como um evento sobrenatural, onde a oração venceu a política. Ele destaca o sermão "arrojado" de Köhler sobre a urgência da missão como o ponto de virada.

    Para o cristão reformado, acostumado a uma eclesiologia onde Cristo é o único Cabeça e a autoridade flui das Escrituras para a congregação, o espetáculo da Assembleia Geral Adventista parece mais uma convenção partidária do que um concílio eclesiástico. A celebração da "democracia" adventista esconde uma realidade oligárquica: a igreja é governada por uma burocracia clerical auto-perpetuante, onde a "voz de Deus" é frequentemente confundida com o voto da maioria manipulada.

    2. A "Democracia" dos Funcionários

    Domini e seu convidado insistem que a igreja é democrática porque "membros leigos" participam.

    • Realidade: A vasta maioria dos delegados com poder de voto na Conferência Geral são funcionários da denominação (pastores, administradores, líderes departamentais) cujos salários dependem da estrutura que estão votando. O "leigo" que chega lá já foi filtrado por múltiplas camadas de aprovação institucional (Associação, União, Divisão).

    • O Conflito de Interesses: Imagine um parlamento onde 90% dos deputados são funcionários públicos pagos pelo presidente. É impossível chamar isso de democracia livre. O sistema adventista é projetado para proteger a instituição, não para reformá-la.

    3. Erton Köhler: O Novo Rosto do Velho Sistema

    A eleição de Erton Köhler é apresentada como uma ruptura ("surpresa"), mas sua trajetória prova a continuidade. Köhler foi presidente da Divisão Sul-Americana por anos, onde implementou com rigor a agenda centralizadora de Ted Wilson.

    • Continuidade Teológica: Köhler é um "filho" teológico de Ted Wilson. Ele apoiou a repressão à ordenação de mulheres, a centralização de fundos e a teologia da "Última Geração". Sua eleição não muda o curso doutrinário da igreja; apenas coloca um rosto mais jovem e carismático (latino) para vender o mesmo produto legalista.

    • A Retórica da "Missão": O convidado destaca que Köhler pregou sobre "urgência na missão" em vez de "pureza teológica". Isso é tática política. Quando a teologia se torna impopular ou divisiva (como na gestão Wilson), os líderes mudam o foco para o "ativismo missiológico" para unir a base. "Missão" no Adventismo significa "recrutar membros para a instituição", não necessariamente pregar o Evangelho da Graça.

    4. A Falsa Dicotomia: Política vs. Espírito Santo

    O Pr. Elton argumenta: "Como você vai convencer 277 delegados? É Deus conduzindo."
    Isso é ingenuidade ou cinismo.

    • A Política de Blocos: A Igreja Adventista opera com blocos de poder regionais (África, América do Sul, Inter-América). Esses blocos negociam votos. A América do Sul e a África, sendo as maiores divisões, têm o poder de decidir o presidente. A eleição de um brasileiro não é um "milagre", é demografia. O centro de gravidade do Adventismo mudou para o Sul Global, e a política acompanhou.

    • A Ausência de Dissidência: O convidado celebra que "não houve observações" contra o nome de Köhler. No mundo real, a unanimidade em um corpo de 2.000 pessoas geralmente indica controle prévio e medo de represálias, não concordância genuína. O "silêncio" dos delegados é o silêncio de quem sabe que levantar a voz contra a "escolha de Deus" (leia-se: Comitê de Nomeações) é suicídio político na carreira pastoral.

    5. Conclusão: O "Papa" Adventista

    A estrutura da Conferência Geral Adventista, com seu presidente mundial exercendo autoridade sobre doutrina, finanças e política global, assemelha-se mais ao Papado Romano do que a qualquer estrutura protestante.

    Erton Köhler agora senta na "Cadeira de Moisés" adventista. Ele tem o poder de definir para onde vão os bilhões de dólares de dízimo, quem é herege e quem é santo. A celebração de Domini é a celebração de um sistema que substituiu a autoridade de Cristo pela autoridade da Conferência Geral.

    Para o cristão reformado, a igreja não precisa de um "presidente mundial" com poderes quase imperiais. Ela precisa de pastores locais fiéis à Escritura. O espetáculo de St. Louis é apenas isso: um espetáculo corporativo para legitimar uma hierarquia humana que Ellen White ajudou a construir e que agora se perpetua em nome de uma "missão" que serve a si mesma.

    A "surpresa" de Erton Köhler não é o vento do Espírito; é apenas a roda da política girando para manter a máquina funcionando.

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